Nos últimos dias refleti muito sobre um tema,
qual seja, a inversão de valores e prioridades vigentes nas instituições de
segurança pública, em específico, a supervalorização das Unidades de
Apoio/Especializadas (tais como, Cavalaria, Choque, Bope, Canil dentre outros)
em detrimento das Unidades Ordinárias (Batalhões de Área como o 4BPM). Pontuo
que restringirei meus exemplos a Polícia Militar para não gerar transtornos,
embora essa realidade seja própria também das demais instituições de segurança
pública. Para falar a verdade,
hesitei em escrever, pois não acredito que essas palavras possam mudar a
realidade. Contudo, decidi pelo registro da minha convicção, por amor ao debate
ou para a simples reflexão, uma vez que se cogita a criação de mais uma Unidade
Especializada de Motos.
De pronto, deixo claro que reconheço a
importância das Unidades de Apoio/Especializadas, jamais em sã consciência
teria como desconsiderar a necessidade e a capacidade de tais Unidades; muito
menos, o comprometimento e a competência dos servidores que lá labutam.
Entretanto, não há como negar a total inversão de prioridade quando se observa
a prestação diária de segurança pública e que reflete diretamente na qualidade
do atendimento fornecido à comunidade. Isto porque, embora as Unidades de
Especializadas sejam importantes, não se pode jamais ter as Unidades de Área em
segundo plano.
A importância que comento pode ser verificada na simples
observação da relação recursos humanos e demanda de serviço; turno de serviço;
rotina de serviço e recursos logísticos disponíveis. Para me fazer claro, sempre
que é necessário corta na carne, fornecer ou reduzir efetivo, advinha quem o
faz, as Unidades de Área. Basta comparar os recursos humanos, a citar a Companhia
responsável pela área central da Capital do Estado, que embora tenha tido o
esforço inigualável do Governo, da Secretaria de Segurança e dos Comandos para
inclusão de novos policiais militares na PMSC, a redução chegou a mais de 150%.
Num olhar comparativo, o intento de criar uma
nova Unidade Especializada poderia me fluir bem pelo pensamento desde que ela
não significasse um corte ou a redução daquilo que já está escasso nas Unidades
de Área. Em outras palavras, comparo o meu pensamento a uma residência; ou
seja, é como se quisesse aperfeiçoá-la instalando um ar condicionado split, mas
se esquecendo de que para ter um aparelho split é preciso ter a base da residência
firme e forte.
A este ponto, ratifico que minhas palavras não dizem
respeito à competência e capacidade dos policiais das Unidades Especializadas
que igualmente e incansavelmente entregam suas vidas para bem cumprir a missão
policial militar. Todavia, trata-se de má gestão com gritantes desequilíbrios de recursos e
demandas. Ouvi essa semana uma frase interessante de um oficial: "querem que eu faça omelete sem quebrar o ovo".
PARABÉNS PELO ARTIGO... DE VERDADE. RICARDO VICENTE.
ResponderExcluirParabéns. Perfeito suas colocações e servem de alerta a todos. Ainda há tempo de consertar essas práticas.
ResponderExcluirCel Marlon
Achei muito oportuno e feliz seu comentário CAP. Parabéns.
ResponderExcluir